Opiniões políticas do autor de cada texto e relatos sobre a vida social, a política, os costumes, o cotidiano, etc.

Luzes de Natal

Linda mensagem do 73-218 Souza Pinto, transcrita do e-Groups:
POR QUE AS LUZES DE NATAL PISCAM?
Estamos nos aproximando do Natal. Já começam a aparecer nas casas, varandas e ruas as árvores de Natal; umas grandes, outras menores, umas sofisticadas, outras simples, mas todas lindas e reluzentes. As luzes da árvore de Natal sempre me fascinaram. Quando era criança, ficava pensando: por que elas piscam? Uma vez, eu vi uma verdinha muito bonita e quis apertá-la para ver se ficava só acesa. Coisa de criança! Ela queimou-se e nunca mais acendeu. Eu fiz de tudo para que ela acendesse de novo, mas, teimosa e pirracenta, nem deu bola. Fiquei com muita pena. Olhei para ela apagada, com remorso.
Remorso é uma dor que fica lá no cantinho da consciência da gente depois de ter feito alguma coisa errada. O remorso é teimoso e pirracento igual à luzinha que queimou. Ele se instala dentro da gente e fica lá remoendo. Ele só não gosta é do perdão. Quando o perdão chega, o remorso vai embora. Então nossos olhinhos piscam felizes iguais às luzinhas de Natal. Acho que é por esse motivo que eu gosto delas. Elas me fazem lembrar o perdão. Quando a gente perdoa, tudo muda. Seja quando a gente perdoa alguém, seja quando a gente se perdoa.
Engraçado, tem pessoas que conseguem perdoar os outros, mas não conseguem perdoar a si mesmas. Então, ficam sofrendo. E o remorso fica lá no cantinho, machucando, tirando a alegria. Acho que é por isso que as luzinhas piscam no Natal, para nos alertar que é tempo de perdoar, de jogar fora a mágoa, o rancor, o ódio… É tempo de desinstalar o remorso. As luzinhas trabalham nos alertando e não cobram nada. Elas se acendem e apagam generosamente. É a forma que elas têm de se doar. E são felizes!
Nesse Natal, quando você montar sua árvore ou quando você encontrar alguma com as luzes piscando, siga o conselho: perdoe alguém e se doe a alguém. Você verá como as luzinhas ficam alegres e brilham com mais intensidade, com mais beleza ainda.
Não perca tempo, faça uma luzinha brilhar neste Natal!
 
FELIZ NATAL!     PRÓSPERO ANO NOVO!
Com carinho e um forte braço,
Souza Pinto e Família
Dez 2016

SERÁ GUAM A NOVA PEARL HARBOR?

Comecemos com um pouco de história:
Um ataque de surpresa das forças armadas japonesas, em 7 de dezembro de 1941, atingiu em cheio a história da geopolítica mundial. O alvo foi a base naval norte-americana de Pearl Harbor, na ilha de Oahu no Hawai, e precipitou a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial.
O ataque nipônico foi realizado com o emprego de mini submarinos armados com torpedos que, por sinal, não tiveram efetividade e por aviões de caça e bombardeiros de combate, esses sim, letais. Todos com o espírito “kamikaze”, termo que descrevia os militares do sol nascente dispostos a sacrificar a própria vida pelo Império.
A ofensiva durou cerca de duas horas, resultou na morte de 2.403 norte-americanos e mais de 1.100 feridos. Provocou também a destruição de 12 navios e mais de 160 aviões dos Estados Unidos. Por sorte os porta-aviões não foram atingidos, pois estavam realizando treinamento de rotina em alto mar.
Do lado nipónico, apenas 64 mortos e cerca de 30 aviões destruídos.
No dia seguinte, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt proferiu, em sessão do Congresso, um dos pronunciamentos mais marcantes da história da humanidade, a saber:

“Sete de dezembro de 1941, uma data que viverá na infâmia. Os Estados Unidos foram repentina e deliberadamente atacados por forças navais e aéreas do Império do Japão. (…) Como Comandante-chefe do Exército e da Marinha, ordenei que todas as medidas fossem tomadas para garantir a nossa segurança”.

Ato continuo, os Estados Unidos declararam guerra ao Japão em oito de dezembro de 1941. Três dias depois, a Alemanha, de Adolf Hitler, aliada do Japão, declarou guerra aos Estados Unidos. Estava lançada a II Guerra Mundial em escala global.
Seguiu-se a batalha de Midway, onde os porta-aviões, preservados do ataque a Pearl Harbor, conquistaram sua primeira vitória sobre a esquadra japonesa.
Oito meses depois, a 7 de agosto de 1942, deu-se a Batalha de Guadalcanal, nas ilhas Salomão, a nordeste da Austrália. Os norte-americanos pretendiam impedir que os nipônicos usassem aquele arquipélago como base estratégica para o abastecimento das tropas terrestres em combate nas ilhas do arco do Pacífico.
Mesmo depois da rendição da Alemanha nazista, em oito de maio de 1945, a chamada guerra do Pacífico continuou. Com a recusa de rendição do Japão, os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica, apelidada de “Little Boy”, sobre Hiroxima, em seis de agosto de 1945. Três dias depois, lançaram outro artefato nuclear, a bomba “Fat Man”, sobre Nagasaki.
Até agora, decorridos mais de setenta anos, esses foram os dois únicos artefatos nucleares lançados em guerra…e acabaram com a guerra, à custa de 130.000 mortes instantâneas e outras tantas, incontáveis nos anos subsequentes, em decorrência de doenças provocadas pela radiação. Esse foi o trágico fim da oposição do Império japonês aos Estados Unidos.
Em sete de dezembro de 2016, uma grande cerimónia cívica foi realizada no Memorial construído sobre a carcaça afundada do USS Arizona, para assinalar os 75 anos do ataque a Pearl Harbor, em memória daqueles que ali perderam a vida e em homenagem aos antigos combatentes da guerra, sobreviventes.
Nessa oportunidade, o Senador John McCain, filho de um antigo almirante que serviu na marinha dos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial, lembrou as “muitas famílias americanas que sofreram perdas naquele dia”. “Também a América mudou para sempre, pelos eventos daquele dia infame, o dia que incendiou a vontade do povo americano, emulando sua grandeza, coragem e determinação, levando a América do Norte a travar e vencer uma guerra mundial”, recordou ele que também se tornou herói de guerra.
Chegamos aos dias de hoje com a Coreia do Norte fazendo as vezes do Japão de antanho. Mas, armada desde já com bombas atômicas, dispondo de vetores de lançamento e com disposição – pelo menos na retórica – de explodi-las sobre Guam, para começar.
Enquanto Kim Jong-un e Donald Trump restringirem-se a retórica belicista, qual duas crianças marcando território, podemos respirar. Mas, considerando a personalidade de ambos e sobretudo o fato de que qualquer lançamento da Coreia do Norte em direção a ilha de Guam, necessariamente atravessará o espaço aéreo japonês e levará apenas catorze minutos para percorrer a trajeto entre o lançamento e o alvo, é de se inferir que eventuais medidas de interceptação deverão ser tomadas de afogadilho em nível tático, sem espaço para maiores considerações estratégicas ou, sequer de identificação entre lançamentos inertes de teste – sem carga explosiva – e lançamentos para valer. O que remete a possibilidade de um “Strangelove” de plantão (vide o filme Dr. Fantástico), apertar o botão errado, antes do tempo,
A China, tradicional aliada do regime de Jong-un já avisou que só tomará as dores da Coreia do Norte se a iniciativa de bombardear partir dos Estados Unidos. Mas que ela estará por sua conta e risco se iniciar o ataque.
Espertamente o regime Coreano, que de bobo não tem nada, seguindo o protocolo, informou que pretende apenas lançar quatro foguetes DE TESTE, atravessando o espaço aéreo japonês   com proa de Guam, mas tendo como alvo o oceano, ANTES de atingir a ilha…será?
Essa é a grande dúvida: interceptá-los assumindo que são lançamentos bélicos reais e armados, arriscando provocar uma crise ainda maior se não forem? Trazendo para o baile além da Coreia, o Japão, a China e, de quebra, a Rússia que, como bom chacal, espreita a carnagem para comer depois.
Ou, acreditar que são realmente lançamentos de teste que merecem APENAS as tradicionais vociferações de reprovação? E se forem REAIS?
Aí chegamos ao fulcro da questão e Guam terá se transformado na Pearl Harbor do século XXI.
Maquiavel saberia como resolver a questão: basta armar os interceptadores com uma pequena bomba nuclear que explodirá ao atingir o foguete norte coreano e colocar sobre os ombros de Kim Jong-um culpa e a paternidade da mesma.
O problema será se um desses interceptadores não atingir um ou outro foguete da Coreia do Norte. Aí, valha-nos Deus!
Nunca gostei tanto de morar no hemisfério sul e nunca coloquei tanta fé nas calmas intertropicais para minimizar as consequências da radiação aqui abaixo do equador.
São Paulo, 14 de agosto de 2017
TARCIZIO R. BARBOSA

MENINAS, OMBRO ARMAS

É engraçado mas, como velho que sou, surpreendo-me cada vez que vejo garbosas e altaneiras graduadas e oficialas (é assim que se escreve, na nova nomenclatura politicamente correta…acho), impecavelmente fardadas e prestando as saudações de praxe.
Como sou velho, fico imaginando se os atuais aviões de caça ainda possuem o “funil” (lembram-se do T-6?) que ajudava a nos aliviar nas longas pernas voadas e, como seria para as atuais aviadoras.
Como velho sou, fico pensando nos ensinamentos que sempre recebi dos familiares: “meu filho, sempre dê precedência às mulheres, levante-se e ceda-lhes seu lugar, trate-as sempre respeitosamente”.  Ai de mim se tratasse qualquer mocinha desconhecida, por mais criança que fosse, por qualquer outro epíteto que não um respeitoso “senhora”. No mínimo ficava um mês sem sobremesa.
Bom, nessa altura a hierarquia e a regra de cortesia militar já iria, em acelerado, para o brejo.
Fico pensando – aliás, ultimamente ando pensando demais e isso é inusitado em tempos atuais – como bom infante que sempre fui, como seria uma carga de Grupo de Combate comandada por uma Sargenta calipígia correndo à frente de nós fuzileiros.  No mínimo eu, pessoalmente, iria me distrair ainda que por segundos e, provavelmente seria atingido por ataque hormonal ou bala de chacal.  Mas, pelo que tenho visto, acho que as novas gerações já superaram esse defeito de fabricação.
Ainda no tema, vejo-me oficial superior casado com uma bela graduada, servindo no mesmo quartel, comendo em ranchos diferentes, tendo acesso a diferentes cadeias de comando etc.   Ou, eu servindo em Manaus e ela em Porto Alegre, para radicalizar de vez.  Bem, sejamos politicamente corretos e despreconceituosos de gênero.  Ou vice-versa, eu soldado raso, amando uma coronela (atenção para o “a” final) devidamente paramentada de “boot” e tudo. Para mim, que velho sou, seria no mínimo inusitado. Ainda bem que velho sou… acho.
Muito se fala da tão decantada “tensão pré-menstrual”, TPM para os (as) íntimos (as) e eu, velho que sou, fico pensando, novamente pensando (isso já está ficando chato), como seria a guerra nesse estado peculiar do ciclo circadiano…eu que não queria estar no caminho de um Batalhão assim. Pois, segundo consta, muitas mulheres convivendo juntas, por muito tempo, tendem a desenvolver ciclos homogêneos. Será verdade? Se for é assustador …para o inimigo.
Mas, nada se fala e eu juro que vou pensar pela última vez, sobre a mulher por trás da farda, aquela que quero idealizar terna, companheira e feminina, afinal “Deus nos fez homem e mulher e viu que isso era bom” (Se não entendeu consulte a Bíblia).  Vejo-as orgulhosas do seu gênero e conscientes do seu poder persuasivo sobre nós, pobres marmanjos que nos achamos tão fortes, superiores e mandões (metrossexuais à parte) e, no entanto, quedamos doce e sutilmente governados por elas. Se, para nós precisamos de fuzil, bala e bomba, para elas basta um terno olhar e… lá se vai a macheza  derretendo-se.
Enfim, acho que morrerei assim, mas, respeitando a nova ordem e buscando, com todo o meu empenho, assimilar esses tempos para os quais não fui feito, nem talhado…afinal, sou velho!
Bolas, continuarei cedendo lugar para as novinhas, carregando peso para elas e as tratando de senhoras, com todo o respeito e com o maior desrespeito pela hierarquia castrense. Rebelo-me!
Lagoa Santa-MG, 20 de junho de 2012
TARCIZIO R. BARBOSA

NOSSO RETORNO AO ESPAÇO

Artigo do Ten Brig Ar Franciscangelis

“O domínio da utilização do espaço é uma extensão natural da estratégia de um país”

Há vinte anos, as guerras eram vencidas segundo a capacidade e o tamanho das forças de combate. Hoje, isso não é mais uma verdade absoluta. Foi-se o tempo em que o uso do espaço exterior voltava-se tão somente para fins pacíficos, de exploração econômica e desenvolvimento de pesquisas científicas. Lá não mais se pode operar livremente, em virtude dos múltiplos interesses civis e militares das nações que dominam aquele ambiente.

Encontramos na órbita do nosso planeta, além dos conhecidos satélites de comunicações e sensoriamento, constelações de “Global Positioning System” (GPS), equipamentos de pesquisa e observação da Terra e do espaço profundo, estações espaciais e de logística, potentes aparatos de projeção de energia, além de muito detrito espacial. Leia mais