O Brasil Feito Por Nós
(publicado no Whatsapp em 16/10/2017)
Meus caríssimos irmãos, amigos, companheiros – ou, resumindo, cambada!!!
Tenho acompanhado aqui os debates políticos, com muita atenção e bem quietinho. Não me manifesto porque não tenho a mesma desenvoltura no assunto e presto muita atenção para ver se aprendo alguma coisa!
E só estou me manifestando agora não propriamente para participar do debate, mas porque, caramba, estou ficando confuso!!! E, portanto, venho por meio desta (antigamente era bonito escrever “venho por meio desta”, não obstante as possíveis conotações – e se der, mais adiante vou também usar “outrossim”, que era, da mesma forma, muito elegante), enfim, venho por meio desta, pedir socorro – preciso de esclarecimentos.
Pra começar, eu – que jamais errei um esquerda, volver ou um direita, volver – já não sei direito onde é a esquerda e onde é a direita!!! Às vezes parece que estou virando para a direita, mas logo percebo que não, aí é a esquerda – e vice-versa!!!
Minha própria mão esquerda já não está querendo me obedecer, pois com tudo isso ela acabou descobrindo que eu tenho outra!!! Será que estou sendo acometido por essa doença incurável que tem sido bastante comentada aqui e cujos sintomas me parecem não ter sido ainda totalmente catalogados – a esquerdopatia?
Mas, gente, hoje mesmo, quando fui à padaria (é uma das minhas tarefas mais importantes de aposentado) eu reparei que, na ida, a esquerda estava de um lado, mas na volta tinha trocado de lado!!!
É bem verdade que lá pelos idos de 1970 eu já tinha botado pra rachar e aprendi com Caetano Veloso que a esquerda é do outro lado do lado de lá, do lado que é lá do lado de lá.
Ou seria a direita?
Cheguei em casa, larguei o pão na cozinha e fui correndo conferir no espelho. Quase entro em estado de choque: sabem onde estava minha mão esquerda, no reflexo do espelho? Isso mesmo, gente, do lado direito!!!
Caramba!!! Quero morrer!!! Quero morrer já!!! (o som é seu, o sol é meu, quero viver
quero viver lá!). Menos mal que de vez em quando posso contar com as explicações altamente esclarecedoras e extremamente didáticas do Blascheck!!! Será que o tal chazinho, afinal, é um remédio eficaz contra a tal doença? Alguém aí me manda um pouco desse chá?
Mas respirei fundo, procurei me acalmar e fui buscar toda a experiência que acumulei ao longo da vida. E um dos ensinamentos mais preciosos que a vida me trouxe foi de que, quando não resta nenhuma outra opção, devemos ler o manual. Não há dúvida, o manual é o melhor amigo das dúvidas.
E, assim, fui consultar a Wikipedia.
Esquerda x Direita
Lá, descobri que os termos “política de direita” e “política de esquerda” foram cunhados durante a Revolução Francesa (1789–99), e referiam-se ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês; os que estavam sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar foram amplamente favoráveis ao antigo regime, o Ancien Régime.
E até onde consegui pesquisar, não consegui identificar dentre esses políticos nenhum militar! Nem de um lado nem do outro. Se havia, era algum S2 e estava disfarçado!!!
No espectro político, a esquerda se caracteriza pela defesa de uma maior igualdade social. Normalmente, envolve uma preocupação com os cidadãos que são considerados em desvantagem em relação aos outros e uma suposição de que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas.
Já a direita descreve uma visão ou posição específica que aceita a hierarquia social ou desigualdade social como inevitável, natural, normal ou até desejável. Esta postura política geralmente justifica esta posição com base no direito natural e na tradição.
De acordo com o eixo mais simples Esquerda política x Direita política, o comunismo e o socialismo são geralmente considerados internacionalmente como sendo de esquerda, enquanto o liberalismo e o conservadorismo ficam à direita.
Ora, muito bem, assim ficou mais fácil de entender.
O problema, entretanto, é que o Liberalismo, por exemplo, pode significar coisas diferentes em contextos diferentes, às vezes à esquerda (liberalismo social ou social democracia), às vezes à direita (liberalismo econômico). E o socialismo, em última análise, pode ser considerado um tipo de capitalismo de estado!!!
Comunismo? Socialismo? Liberalismo? Cacilda!!!
Logo vi que precisava me aprofundar mais – no bom sentido, claro. E, depois de muita cepação, cheguei à conclusão que, afinal de contas, as coisas são muito simples: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa! E, obviamente, uma coisa não tem nada a ver com a outra coisa.
Porque quando contrapomos, por exemplo, parlamentarismo com presidencialismo estamos, na verdade, falando de sistema de governo. Que não tem nada a ver com a forma de governo, que pode ser monarquia, república e coisa e tal ou a Forma de Estado, que pode ser unitário ou federal.
Ahhhh, táaaa!!! Estou entendendo (acho). Mas e onde entra aí a democracia?
Não entra. Isso tem a ver com as fontes de poder: Democracia (poder de muitos), Oligarquia (poder de poucos), Autocracia (poder de um) e, claro, as Híbridas (não confundir com as Hébridas, que é um grupo de ilhas na Escócia).
Ahá!!! Agora sim, tenho quase certeza de que acho que estou entendendo!
Por exemplo, eu morei pouco mais de três anos na Inglaterra – que é uma Monarquia Parlamentarista, cujo chefe de governo, o Primeiro-Ministro, é escolhido dentre parlamentares democraticamente eleitos e, portanto, seu poder vem do povo. Já o poder da Rainha, Chefe de Estado, é absoluto e hereditário.
Não obstante, nunca me senti tão assistido como nesse período que lá morei: assistência médica totalmente gratuita, para todos, inclusive para mim e minha família, estrangeiros com visto de residência. Entendi que a saúde de todos os que lá estão para trabalhar pelo bem da nação é de interesse da sociedade e, assim, nunca precisei pagar por consulta médica, exames ou mesmo medicamentos.
Meu caçula tinha educação gratuita, mesmo porque até os 16 anos de idade o ensino é obrigatório e, portanto, logicamente, totalmente gratuito. Estou falando, claro, da lógica inglesa: se é obrigatório não pode ser cobrado.
Diferente, claro, da nossa lógica: é obrigatório, por exemplo, colocar o código CEP no endereçamento de correspondências, mas se você quiser o catálogo de códigos, tem que pagar por ele. Se você precisa apresentar uma monografia ou uma tese ou mesmo alguns documentos a órgãos do governo, você, obrigatoriamente, tem que obedecer às normas e padrões da ABNT, mas, claro, para conhecer essas normas e padrões, tem que comprar o livrinho. Enfim.
Percebe-se, lá, uma clara preocupação com o “social” e a qualidade de vida é, indubitavelmente, superior. Isso quer dizer, então, que a Inglaterra é uma Monarquia Parlamentarista de esquerda ou socialista?
Pois não sei, mas acho que não. Londres é a capital financeira da Europa e, portanto, um ícone do capitalismo.
Espera aí, pera aí, peraíííí!!! O que tem a ver o capitalismo com a monarquia, o parlamentarismo ou a democracia? Pois também não sei, fui perguntar aos universitários e, na falta destes (os professores estão em greve), voltei à Wikipedia.
O capitalismo é um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na sua operação, com o objetivo de obter lucro.
E um sistema econômico é o sistema de produção, distribuição e consumo de bens e serviços de uma economia. Alternativamente, é o conjunto de princípios e técnicas com os quais os problemas de economia são endereçados (tais como o problema da escassez com a alocação de recursos produtivos limitados).
E o Socialismo também pode ser considerado um sistema econômico, pois se refere a qualquer uma das várias teorias de organização econômica que advogam a administração e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção e distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação.
E o Comunismo, também é um sistema econômico? Ah, bom, aí o buraco é mais embaixo!!! O Comunismo não é apenas um sistema econômico, é uma ideologia política e socioeconômica, que pretendia promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção.
Ou seja, é muito mais do que socialismo! Ou bem menos, dependendo do ponto de vista!!! Na verdade, não é uma coisa nem outra, antes muito pelo contrário. Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como a etapa final do socialismo. O socialismo seria uma fase prévia necessária de acumulação de capital, antes do advento do comunismo.
Acumulação de capital!? Como diria o Wagner Pinto Alemão, num tô entendendo!!! Mas, depois de tomar um golinho de chá que alguém me mandou, as coisas começaram a clarear, minha mente se iluminou! (tanto que precisei botar os óculos escuros). Acho que foi nesse momento que tirei a cabeça do buraco do Érico. (calma, gente, estou falando da analogia que ele fez com o avestruz!).
E esse entendimento todo veio quando li os textos daquela professora que ficou famosa dias atrás. Aquela que não se refere a menino e menina, pois não usa o artigo “o” nem o “a” para caracterizar o gênero que seria ainda, indefinido. Refere-se a meninx!!!
A propósito, recomendo que não tentem pronunciar essa palavra, muito menos no plural – meninxs – tive cãibra na língua, com risco de comprometer um terço de minha capacidade sexual, dos dois que ainda me restam.
Mas, como estava dizendo, minha mente se iluminou, imediatamente associei as coisas! Eureka! O comunismo era uma coisa ainda indefinida, não tinha se decidido por um lado ou por outro. Por esse motivo, seu principal idealizador não assinava Mara ou Maro, assinava Marx!!! E, coitado, que eu saiba, viveu e morreu sem se definir, a lápide no seu túmulo continua com x.
Mas deixemos isso pra lá, afinal, o comunismo já era. Com apenas um punhado de exceções, todos os sistemas atualmente existentes são capitalistas na orientação, embora o papel econômico substancial do estado apoie a visão alternativa de que a economia mista emergiu como a forma dominante das organizações econômicas.
Ou alguém aí ainda acredita que o muro não caiu? Ah, sei… tem alguém que acredita, né?
Mas neste ponto preciso confessar que ao acompanhar o debate dos colegas, estive confundindo as coisas. Agora, só agora, entendo que não devemos confundir sistemas de governo com formas de governo ou a origem do poder ou o sistema econômico.
Aliás, me ocorre também que é possível termos aí uma infinidade de combinações, tipo “monarquia parlamentarista socialista”, “monarquia parlamentarista capitalista”, “presidencialismo socialista”, “presidencialismo capitalista” e assim por diante.
Descobri até uma “estratocracia”, que é uma forma de governo liderada por chefes militares. Numa estratocracia o líder não tem que ser autocrático, por natureza, a fim de preservar o seu direito de governar. O poder político dos militares é apoiado por lei e pela sociedade. E uma estratocracia poderia adotar um sistema econômico socialista ou capitalista e, assim, colocar-se à esquerda ou à direita, no espectro político!
Brasil? Fraude explica.
Tá, tá, tá!!! Mas o que tudo isso tem a ver com a atual situação do nosso país?
Pois atrevo-me dizer, agora que estou ficando doutor no assunto, que muito pouco tem a ver, ou quase nada!!! Em tese, claro. Pois todos sabemos que o Brasil é um país geométrico – tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas, por um monte de bestas quadradas.
O que estou querendo dizer é que não me parece que faria diferença qual a forma e o sistema de governo e nem mesmo o sistema econômico adotados – isso por si só não teria reflexos positivos, por exemplo, nos índices da corrupção endêmica que assola o país desde longa data.
Porque, gente, o Brasil era ainda Império, quando Charles Darwin passou por aqui e dá vontade de chorar quando lemos o que ele escreveu a respeito dos brasileiros: “Os brasileiros, até onde vai minha capacidade de julgamento, possuem somente uma pequena quantia daquelas qualidades que dão dignidade à humanidade”, escreveu em 3 de julho de 1832. “Ignorantes, covardes e indolentes ao extremo; hospitaleiros e bem-humorados enquanto isso não lhes causar problemas”, completa. A corrupção ganha destaque especial: “Não importa o tamanho das acusações que possam existir contra um homem de posses, é seguro que em pouco tempo ele estará livre. Todos aqui podem ser subornados”, afirmou Darwin.
E nem vou falar que teve uma bolsa roubada, tentaram aplicar-lhe o golpe na conta do restaurante e ficou horrorizado com a forma com que os negros eram tratados. Chegou a anotar que há brasileiros que “são tão desprezíveis mentalmente quanto são miseráveis as suas pessoas”.
E nem fui tão longe, Charles Darwin esteve no Brasil na década de 30 do século XIX, já tínhamos mais de 300 anos de história. Era a época da Regência, porque D. Pedro II era ainda uma criança. Depois sua maioridade foi decretada, veio o Império, mais adiante as Repúblicas (a Primeira e a Segunda), a Era Vargas, a República Nova, o Regime Militar e esta Nova República que se seguiu ao fim do regime militar.
Isto é, tivemos várias constituições, diferentes formas de governo, diferentes sistemas de governo – ora mais à esquerda, ora mais à direita. E nada mudou!!!
Ou, desculpem, mudou sim. Nos últimos anos, é preciso reconhecer, a corrupção deixou de ser apenas endêmica e passou a ser também sistêmica! E, não se iludam companheiros, a mesma corrupção que hoje se evidencia no âmbito federal atinge também, com toda a certeza, os demais níveis. Nunca antes neste país se viu tanta corrupção!!!
Não estou dizendo que todos aqueles governos foram corruptos, mas não tenho dúvidas de que em maior ou menor grau (e talvez nem tão menor), a corrupção continuou existindo.
E a corrupção, senhores, é o câncer que corrói a sociedade em todos os seus aspectos – de dentro para fora. E de câncer eu entendo – já me livrei de dois!!!
Disse um tal de Klitgaard que a corrupção ocorrerá se o ganho corrompido for maior que a penalidade multiplicada pela probabilidade de ser pego e processado: Ganho pela corrupção > Penalidade × Probabilidade de ser pego e processado.
Mas, claro, o resultado dessa fórmula não leva automaticamente à corrupção, é preciso também fraqueza moral, baixa integridade e negligência à ética. E isso não tem a ver com formas de governo, sistemas de governo, fonte de poder, etc. – tem a ver com a nossa cultura.
Cultura
Cultura é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente, a definição genérica segundo a qual cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade“.
Cultura é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. E, portanto, pode ser modificada, pode ser melhorada. E poderia ter sido. Sem necessidade de mexer com a forma de governo, o sistema de governo ou o sistema econômico.
Essa a conclusão a que cheguei. Se quiserem, podemos continuar a conversa a partir deste ponto. Afinal, conforme dizia meu conterrâneo (e, portanto, conterrâneo também do Domingues e do Quintian) – o Barão de Itararé, “o Brasil é feito por nós”.
E acrescentava: “Só falta agora desatá-los.”!!!
Mas o que se tem feito para melhorar nossa cultura?
Nada, muito pelo contrário. O que vemos, atualmente, é exatamente o oposto, tentativas sub-reptícias (e algumas bem explícitas, como essa da “ideologia de gênero”) de piorá-la, num claro projeto de implementação do “Decálogo de Lênin”, o qual, aliás, não se sabe quem escreveu, certamente não foi Lenin!
O “Decálogo de Lênin”, amplamente repetido em sites nacionais, nada mais é do que uma versão abrasileirada de um documento apócrifo, supostamente soviético, difundido nos Estados Unidos há décadas, intitulado “Rules for Revolution”.
Quanto à ideologia de gênero, já dizia Millôr Fernandes: “Cuidado com as imitações: sexo, só existem dois!”. É, sem dúvida, uma tentativa espúria de desestabilizar a família, sabe-se lá com quais intenções. Soube aqui mesmo, nas redes sociais, que o Peru se levantou contra essa tal ideologia e endureceu. Mas, aqui, parece que não levanta mais nada!!!
Verifiquei, entretanto, outras tentativas menos explícitas, mais sutis. Uma delas, que já circulou por aqui e está rodando pelo Facebook, defende que os professores devem apenas ensinar as matérias do currículo e a educação deve ser dada em casa.
Pois discordo frontalmente! A educação das nossas crianças é responsabilidade de toda a sociedade e não apenas dos pais, os quais, muitas vezes, nem têm isso para oferecer a seus filhos.
E quando as crianças não estão em casa, estão na escola ou na natação ou sei lá! Pois são essas pessoas que irão – queiram ou não – contribuir com a formação dos futuros cidadãos. Melhor seria se quisessem e fossem preparados para isso, certo?
Nesse assunto fico com Rubem Alves quando disse (Conversas Com Quem Gosta de Ensinar, Editora Cortez) que precisamos de menos professores e mais educadores. E acrescento que deveriam ser expurgados do sistema de ensino e, se possível, até do convívio em sociedade, todos esses que se dizem professorxs!
Voltando à Inglaterra, lá qualquer adulto repreende uma criança se esta estiver aprontando. E os pais ainda agradecem! Eu mesmo vi isso algumas vezes, uma delas no metrô: um pai muito constrangido agradecendo ao repreensor e pedindo desculpas aos demais passageiros pelo comportamento do filho. E, em seguida, deu um esporro no guri que até eu fiquei embaraçado!
Vejam bem, não estou aqui querendo dizer que os ingleses são perfeitos nem mesmo melhores do que nós – eu mesmo poderia listar uma série de outras características de nossa cultura que, na minha opinião, são melhores do que as inglesas.
O que estou tentando dizer é que é possível e desejável buscar, onde quer que estejam, políticas, hábitos e costumes mais salutares, que promovam nosso desenvolvimento – e não o contrário.
Tampouco estou querendo dizer que não se deve debater quais os sistemas de governo ou sistemas econômicos seriam mais adequados para o nosso país. O que estou dizendo é que se o Brasil é feito por nós, deveríamos nos concentrar no nó principal, a nossa cultura. Chega de jeitinho brasileiro, basta de querer levar vantagem em tudo!!!
Mas isso, claro, é só uma opinião – para ser criticada, debatida, censurada, aprovada ou desaprovada e, se assim for, certamente, ao final, aprimorada.
E, se depois de tudo isso que escrevi, alguém quiser me classificar ou rotular, peço, por obséquio, que me coloquem lá no cantinho mais à direita da direita – ali ficarei mais à vontade!
Este Grupo Pode
De qualquer forma, acho que este grupo pode (sem “ph”) muito mais do que nós mesmo pensamos. Nossa união é a nossa força, não é assim? Pois então, cambada, vamos manter nossa união e de forma organizada.
O Érico propõe que tiremos a cabeça do buraco, alguém discorda disso? Afinal, quem aqui ainda tem vigor para manter a cabeça no buraco o tempo todo? Pois então vamos nessa!!! Vamos tentar direcionar nossos esforços para aquilo que nos une e não para o que nos divide! Vamos somar, aumentar nossa união e, assim, revigorar nossa força!
Vamos, por ora, deixar de lado nossas divergências e tentar definir objetivos comuns e trabalhar por esses objetivos! Supondo que sejamos cerca de 300 (estou arredondando para baixo), se cada um de nós conseguir influenciar 5 pessoas ao nosso redor, já seríamos 1800 que, por sua vez, poderiam influenciar outros cinco e assim por diante (quem aí lembra dessa aula para ajudar com os cálculos?).
Proponho, pois, que nos organizemos nesse sentido. Afinal, o Brasil é feito por nós (e aqui utilizo o pronome da primeira pessoa do plural e não o substantivo)!!!
É claro, eu sei que não se muda a cultura de uma nação da noite para o dia, podem ser necessárias gerações depois que se comece. Mas alguém, em algum momento, tem que começar!!! Isso é apenas um exemplo de movimento que poderíamos encabeçar (no bom sentido, claro).
Mas há outras coisas que precisam ser feitas e muitas sem demora. Várias destas, senão todas, relacionadas com as eleições que ocorrerão já no próximo ano.
E nesse sentido, aí vai outro exemplo: nesta última década e meia todos os órgãos e departamentos, setores, seções – as mais recônditas – foram aparelhados. E é daí certamente que continuam vindo os ataques à sociedade e às pessoas do bem, dessas mentes esdrúxulas que ou não têm consciência do que defendem ou estão a serviço de interesses escusos.
Como se fará, eu pergunto, para – independentemente do sistema de governo, da forma, da fonte de poder, etc. – promover um rápido desaparelhamento e estancar essa sangria? Nosso grupo poderia, de alguma forma, contribuir com isso?
É verdade também que não temos armas, a população foi desarmada e precisamos, nós brasileiros, reverter isso. Mas armas grandes e poderosas nunca foram garantia de vitórias em guerras.
Diarréia Mental
Nós podemos e devemos buscar a única arma que é genuinamente imortal: a ideia certa. Isso nos levará à vitória.
E, para concluir, transcrevo abaixo um texto atribuído a Leon Tolstoi:
“Um homem livre dirá com sinceridade o que está pensando e sentindo, em meio a milhares de homens que por seus atos e palavras atestam exatamente o contrário. Aparentemente, aquele que expressa sua opinião com franqueza fica só; e, no entanto, quase todos os demais pensam e sentem da mesma maneira, apenas sem a coragem de demonstrá-lo. E aquilo que era ontem a opinião isolada de uma pessoa torna-se hoje o consenso geral da maioria. E logo que essa opinião é estabelecida, imediatamente, em degraus imperceptíveis mas sem o perigo das frustrações, o comportamento da humanidade começa a se alterar.”
Desculpem, me empolguei! Deve ser efeito do chazinho!!! Tá funcionando pro meu cérebro que nem laxante pro intestino!!!
Tolstoi dizia também que “basta que cada indivíduo diga aquilo que realmente sente ou pensa, ou, pelo menos, que não diga aquilo que não pensa”. Ele sustentava que mesmo que somente uma pequena minoria procedesse assim, a falsa opinião ruiria por terra e viria à tona a verdadeira opinião do povo.
Pois acho que já passou da hora de mostrar que não temos sangue de barata como dizem por aí. Ou, sei lá, comprar uma latinha de Neocid e misturar no chá!!!
70-213 73-027 Belli.
Brasília (DF), 16/10/2017.